Futuro, oceano e as novas economias
- Ana Vitória Tereza
- 3 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
Os últimos anos foram marcados por intensas mudanças. Inteligência artificial, novos paradigmas geopolíticos, avanços na ciência... Mudanças que pensávamos não pudessem ser possíveis acontecer globalmente e de cooperação internacional.
E o que o futuro, o oceano e as novas economias, tem a ver com isso?
Leia o post até o final para entender sobre como precisamos transitar de uma cultura da escassez para uma visão abundante do futuro!
O futuro é o cultivo do que fazemos hoje
Somos acostumados a pensar no presente. Quando tenho que pagar o aluguel, o que vou comer à tarde, as compras que preciso fazer, o trabalho que o chefe pediu para hoje...

Mas é extremamente necessário pensar no futuro de forma ativa e criativa. No livro "Full-Spectrum Thinking", o autor fala exatamente da necessidade que nós, profissionais, precisamos em criar um modo de pensamento. Um modo que pense estrategicamente na sustentabilidade, as vezes projetando cenários de 100, 200 anos, ao invés de 5 ou 10.
E desenvolvimento sustentável é sobre futuro. É sobre planejamento. É sobre deixar melhor do que encontramos, sobre regenerar este lugar chamado Terra.
Existe uma certa segurança em repetir padrões que estamos acostumados. Toda mudança gera um desconforto inicial, e tem gente que não gosta de mudar. Toda vez que nos colocamos em movimento para o novo, nos amedrontamos. Mas repensar o futuro é também sobre encarar os problemas que o oceano vai enfrentar e resolve-los de forma diferente.
Precisamos conectar pessoas, ideias e discutir o futuro. No nosso podcast com a Futurista Lala Deheinzelin gravado em 2019 discutimos exatamente sobre o futuro do planeta: assista!
O oceano e a sua conexão com a humanidade
Estamos conectados com o oceano, fonte de água e vida na Terra. A começar por 70% de todo o oxigênio da Terra que é produzido pelos planktons. O oceano também sustenta uma grande biodiversidade, florestas submersas e muita, mas muita vida.
Durante o COVI, por exemplo, muitas pessoas aprenderam que era preciso diversificar. Tanto fontes de renda, quanto o modo como criamos a nossa economia. Sistemas resilientes, são sistemas resistentes, a natureza nos ensina.

Os sistemas de vida na Terra, se mantém vivos, porque são diversos como explica o autor Stefano Mancuso no livro Revolução das Plantas. Sistemas em rede, cooperam. A natureza nos ensina que para se manter neste planeta, é preciso trabalhar em rede, basta olhar para como funcionam os seres mais antigos: as plantas.
Raramente paramos para pensar em como a indústria marítima precisa modernizar, e não digo modernizar as tecnologias, digo mudar a visão. É preciso modernizar como vemos o ambiente, o oceano. É impossível retirar para sempre da Terra, não é sustentável ter um sistema descartável.
É sobre diversidade, aprender com a escola da natureza. Sobre balanço, aproveitamento e regeneração. Sobre escuta e observação.
Enquanto aqui em Terra falamos de diversidade no local do trabalho, as profissões marítimas ainda tem números assustadores. As mulheres ainda representam apenas 2% de toda a força de trabalho, sendo que 94% destas mulheres estão concentradas no setor dos cruzeiros de turismo. Perceba que não falamos de um setor e nem de uma visão diversificada do oceano.

Neste sentido, precisamos de mudar a visão masculina que possuímos da natureza e em especial do oceano, para uma visão plural e de empatia. Ainda olhamos para o ambiente como aquele lugar que deve ser "explorado”, visão que foi criada a partir da revolução industrial.
É preciso criar uma lente de visão, regenerativa: onde o que eu tiro do planeta, pode voltar e pode voltar de forma com que gere mais vida, mantenha os ecossistemas produtivos e se prolongue no futuro.
Os paradigmas: Escassez x Abundância
As novas economias são o contrário da "velha" economia, onde o pensamento vigente é a escassez, a competição e a ideia de que sempre vai faltar alguma coisa.
Se sempre vai faltar, precisamos criar estoques e depois vender. Se criamos estoques e depois vendemos, precisamos de criar imensas campanhas de marketing para convencer as pessoas a comprar. Neste percurso, geramos imensos desperdícios em todas as cadeias de produção, porque algumas pessoas: não vão ser convencidas e a concorrência é enorme, afinal todos estão a competir e ninguém quer colaborar.

É o que acontece com a moda, com o setor alimentar ou mesmo com a pesca. Onde o muito produzido é descartado sem uso, todos os anos. Dentro desta lógica, a roda tem que se mover cada vez mais rápido, descartamos produtos de obsolescência programada “lá fora”, compramos mais e mais.
Mas jogar fora: onde? Não existe fora.
Somos natureza.
Tudo o que vai, volta.
As novas economias partem do princípio que é possível fazer diferente ao observar a natureza. É sobre o paradigma da abundância, onde rege uma lógica diferente da que estamos acostumados.
É preciso pensar na coletividade, no planeta e no futuro do planeta.
Para aprender mais sobre as novas economias e com ela pode ser adaptada à Economia Azul, escute o Podcast com a nossa convidada especialista em Novas Economias, Lala Deheinzelin criadora da Fluxonomia 4D.
Lala explica no nosso podcast, que existem quatro categorias dentro do que chamamos de Novas Economias:
- Economia criativa
- Economia multimoedas
- Economia colaborativa e
- Economia compartilhada
Para pensar as novas economias, precisamos pensar diferente, um grande exemplo são modelos de negócios disruptivos que aproveitam estruturas existentes.
Ellen MacArthur, propulsora do conceito de Economia Circular, disse uma vez que quando terminou sua viagem de veleiro, a qual pensou sobre o conceito da finitude dos recursos, podia ter dois comportamentos:
Retirar a “pedra” (nosso atual sistema econômico) do lugar, e mudar a partir deste momento… Ou: voltar a pedra para o lugar e viver para sempre com a certeza de que muito precisava ser feito.
Informação é poder. E é também o gatilho inicial para a ação.
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